terça-feira, 15 de setembro de 2009

(IV)

Acordar com um sorriso... Não são muitas as vezes que acontece mas a sensação não se esquece. Uma tranquilidade, uma felicidade que nos transporta para um lugar de onde não queremos sair. Sentir que tudo é perfeito, tudo está nos seus devidos lugares. Alcançar esse sorriso não é fácil.Existem tantas coisas na vida que nos fazem chorar e tão poucas as que nos fazem sorrir. Choro muitas vezes, mais do que as gostava de admitir. Critico-me muitas vezes por essa fraqueza. Uma fraqueza minha, que a escondo de tudo e todos. Sou egoísta. Não quero partilhar a minha tristeza. É um acto solitário, escuro, demasiado profundo para ser partilhado. Podemos deixar escapar momentos tristes aos olhos dos outros mas conhecemos o nosso íntimo e sabemos como a tristeza pode ser impiedosa e cruel. Sentimo-nos sozinhos. Ninguém nos compreende ou consegue perceber o que sentimos. Podem ouvir-nos, transmitir-nos palavras de afecto e aconchego mas ambos sabemos que é uma mera ilusão, uma tentativa para nos puxar do fundo. Pensamos como podem dar-nos conselhos se nunca sentiram, nunca viveram. Sim, acreditamos que os nossos sentimentos são únicos, nunca vividos por outros. E trata-se de uma verdade porque cada pessoa vive intensamente, disfruta de momentos que nos marcam e essa impressão é única. Não é possível viver um momento igual por duas pessoas diferentes. Cada um terá a sua história, a sua forma de contar, de sentir, de sofrer...Ao longo do tempo aprendi a exteriorizar sentimentos. A carga psicológica negativa de um passado que teimamos em guardar é muito forte. Como se fosse totalmente verdade... é mais um desejo. Gostava de exteriorizar facilmente sentimentos mas é uma tarefa, um processo demasiado complicado. Mas gosto desse meu mundo, só meu em que me perco entre as minhas tristezas...

Sem comentários:

Enviar um comentário