sexta-feira, 11 de setembro de 2009

(II)

Escrever é um desabafo. As palavras que interpretam sentimentos e pensamentos são mais fáceis de escrever do que serem pronunciadas. Talvez porque escrever é um acto solitário em que despejamos a alma e tentamos com isso encontrar paz de espírito. Uma sintonia entre escrita e alma. É engraçado como pequenas coisas na vida nos fazem felizes. Um simples sorriso, um abraço, um carinho que embora tímido nos enche de alegria. Ver o mar, o pôr-do-sol, uma criança a brincar... momentos que fazem com que o tempo pare por segundos e acreditemos que tudo é perfeito. O mundo pára. Tudo à nossa volta deixa de existir e aquele momento ganha uma dimensão única. Passamos a vida a ter estes momentos mas não nos apercebemos muitas vezes deles ou não damos o verdadeiro valor. Apenas acontecem. Sentimos uma alegria, um bem-estar que nos fortalece. Recordar esses momentos que nos marcam é um exercício que devíamos fazer mais vezes porque nos ajudam a ultrapassar momentos menos bons. Um amigo uma vez aconselhou-me a fazê-lo, a reviver momentos que nos marcam, que gostamos, que nos fazem sorrir para assim ultrapassar aquela tristeza que nos ataca de tempos a tempos. Somos por natureza um povo melancólico, pessimista, agarrado em demasia ao passado e principalmente a tristezas. Todos temos dentro de nós um velho do Restelo. É mais fácil pensar e escrever sobre tristezas. Voltemos aos momentos felizes. É tão bom acordar com um sorriso nos lábios. Acordar e não pensar em nada. Talvez por isso o sorriso esteja lá! No fundo sabemos porquê...

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